12 janeiro 2012

Existe música boa ou música ruim?

Os estudiosos dizem que não, os ecléticos dizem que não, os músicos em geral dizem que não, os fazedores de média também dizem que não, mas eu digo que sim!

Certa vez um amigo que estuda música comentava que não existe música boa nem ruim, que é tudo questão de gosto e cultura, e logo me perguntou se eu concordava com isso, então eu peguei um violão, desafinei as cordas, (ou afinei a esmo) e comecei a palhetar as cordas sem um ritmo claro e cantarolei qualquer coisa sem sentido (e bem desafinado), logo parei e perguntei a ele; “Então isso é bom dependendo do gosto de cada um?”, ele, sem saber o que responder, apenas sorriu balançando a cabeça, e eu prossegui. Então afinei o violão, respeitando o nosso padrão harmônico conhecido e que não foi inventado por acaso (assunto pra outra hora), e toquei uma canção qualquer e perguntei se era melhor do que eu acabara de tocar, e meu amigo respondeu que sim, que isso era óbvio. Aí eu concluo;

Oras, a diferença da boa música para a música ruim é justamente esta! Quanto mais elaborada a melodia, melhor é a música! Então existe sim música boa e música ruim. É inegável que quanto mais você estuda música, mais se aprofunda na apreciação dela. Mais riqueza, nuances e detalhes serão necessários para te agradar, assim como é apreciar um bom vinho, por exemplo, pra quem não conhece, são todos iguais, mas para quem aprecia, existe muita diferença! E é assim tudo na vida.

Para o meu amigo eu dei um exemplo extremo, mas para entender a idéia é por aí, isso não significa que quanto mais elaborada, difícil e trabalhada, a música será “melhor”, mas um mínimo de harmonia e ritmo é essencial para agradar aos ouvidos humanos. E reduzir tudo a gosto pessoal é o mesmo que aceitar a loucura de quem bebe urina ou come lixo e dizer que isso é apenas questão de gosto.

3 Comments:

At 16 novembro, 2012 14:57, Anonymous Anônimo said...

Quando criarem o vírus da drogas ao qual seria distribuído gratuitamente e secretamente em meio ao trafico e ao consumir morrendo instantaneamente o usuário, com certeza pensariam entre viver ou morrer, parece loucura mais de todo jeito o dependente morre mesmo.

 
At 26 março, 2013 17:04, Anonymous André Lopes said...

Desculpe, mas seu amigo estava correto. Pena que ele não soube te explicar.
O que vc fez ao desafinar o violão foi apenas tirá-lo do padrão de afinação que existe no mundo ocidental, nada além disso. O que vc fez ao cantar coisas sem conexão, foi apenas cantar palavras aleatórias, nada mais.
Na música, o conceito de certo ou errado passa diretamente pelo contexto seu contexto social, cultural e histórico. Na música ocidental o padrão de afinação é o Lá 440Hz, e todos os instrumentos ditos temperados seguem este padrão. Além disso, a música ocidental segue padrões rítimicos que não são adotados por algumas culturas ao redor do mundo. Ora, isso não quer dizer que o nosso padrão é o certo e o deles errado. Provável que se vc ouvir certas tribos africanas tocarem e cantarem, irá dizer "esses caras estão desafinados e sem rítimo", pois eles não seguem o mesmo padrão musical que o nosso.
Seria mais correto afirmar que, para a música ocidental, o que vc fez não é comum e está fora dos padrões (ou ruim entre aspas). Mas não errado ou RUIM no sentido real.

 
At 22 setembro, 2014 11:38, Blogger Cláudia Cavalcante said...

O André Lopes escreveu muito bem. Sou mestranda na escola de música da UFBA e já discutimos muito sobre isso. Eu a muito tempo atrás também pensava que existia música boa ou ruim, mas tudo está relacionado a sua cultura. O que vc come, o que vc ouve, o que vc veste, tudo isso não é bom ou ruim, é o que vc foi programado pra ser conforme os hábitos de vida do seu lugar.

 

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