13 agosto 2007

As incríveis aventuras no Banco do Brasil

Eu já falei aqui no Palanque Democrático a respeito dos principais bancos do nosso país, inclusive dei algumas dicas sobre financiamento. Entretanto, cometi a falha de não citar o Banco do Brasil, erro este que será corrigido agora, pois um Banco ruim como este precisa de um post exclusivo.

Filas demoradas, atendimento pífio, falta de humanismo e até respeito, são práticas normais e frequentes nas agências do Banco do Brasil, ou BB se preferir. Mas como gosto de falar em causa própria, vou contar como é traumatizante precisar de um serviço deles e uma simples informação torna-se uma aventura, cheia de obstáculos e desafios.

Precisei enviar uma quantia em dinheiro para o exterior, no caso os EUA, já havia me informado que um meio rápido, e "barato" seria através do Western Union, que envia e recebe ordens de pagamento por todo o mundo, e aqui no Brasil, você pode usar o Western Union através de "qualquer" agência do BB.
A verdade é que o serviço não é assim tão barato, existe uma taxa bem salgada se comparado aos cartões de crédito internacionais, e segundo que não é qualquer agência, conto então minha estorinha.

Fui até a agência BB mais próxima, na minha pequena e pacata cidade. Retirei uma senha e pus me a esperar por 43 minutos, até que fui atendido por um estagiário. Ele apanhou do computador, mexeu, fuçou, tudo na maior paz e calma, enquanto ainda havia dezenas de pessoas esperando pelo atendimento. Pediu ajuda à outro funcionário, e me informou que somente o Gerente é que tinha a senha para autorizar "remessas internacionais", mas ele estava em horário de almoço (eram 13:00 horas), e pediu para qu eu voltasse às 15:00 horas. - Que almoço demorado, não?! - .
Voltei, um minuto antes do horário para pegar o Banco aberto. Mais uma vez, uma pequena fila e espera de 25 minutos só para falar com o gerente. Então, ele me explicou que infelizmente, a "nossa" agência não tinha autorização para enviar dinheiro para o exterior, apenas receber. Me deu o telefone 0800 do BB, para que eu me informasse aonde poderia fazer essa transação.

No outro dia pela manhã, a tortura apenas começava. Liguei para o telefone que havia sido me passado, e a atendente não soube me explicar! Incrível, ela afirmava que a pessoa que ia receber o dinheiro precisava ser correntista do BB lá nos EUA! Eu devia ter gravado isto! Então, eu reafirmei que queria por Western Union, e pelo que li na net, ela estava equivocada. A rapariga, pediu para que eu esperasse alguns minutos na linha, enquanto confirmaria as informações. Passado uns 3 minutos de músiquinha no ouvido, ela retornou para tornar a dizer as mesmas barbaridades! Irritado, desliguei o telefone. Por sorte eu sabia que ela estava errada, se não, já teria perdido meu negócio ali mesmo.

Peguei a lista telefonica, e comecei a ligar para as agências maiores, de cidades vizinhas. A primeira, me passou 3 números de telefones diferentes, um me passava para o outro, pois nínguem sabia me informar sobre como enviar dinheiro para o exterior, até para São Paulo capital, mandaram eu ligar! Um absurdo! Tentei outras cidades, e quando não sabiam informar, o número do telefone caia no Fax.

Como última tentativa, peguei meu carro, e viajei para a cidade vizinha mais próxima. Lá na agência, somente uma funcionária é que entendia do assunto. Expliquei a ela (lógico, após de ter pego uma fila de 15 minutos pelo menos), e finalmente consegui! E eis as palavras mágicas que ela me disse:

_ Com certeza senhor, para enviar dinheiro através do Western Union, é preciso apenas o nome e endereço da pessoa que está no exterior, eu vou gerar uma senha, o senhor passa pra ele, e o dinheiro estará disponível para saque nos EUA em 15 minutos.

É, tem coisas que só no Brasil, mas esta não vai entrar para a série "Essas Coisas Só Tem no Brasil", porque este Banco é realmente uma pérola do funcionalismo público, um espelho perfeito de como as coisas neste país funcionam.